quarta-feira, 15 de agosto de 2007

4. De um domínio para toda a Internet.

[Resumo do ensaio: vide capítulo 1]


O uso de embed player é parte de uma moção comum à outros serviços, como rádios e compartilhamento de fotos, ele permite aos internautas (desde que não tenha sido restrito pelo publicador) embutir o um item (vídeo, imagens, áudio) em qualquer outro site pelo uso de um código de programação gerado e disponibilizado para copia e colagem junto ao item. Embed players tampouco são novidade. São um tipo de wrapper: interface adaptada de um aplicativo para inserção em outros meios compatíveis. Os video embed players já estavam presentes no Internet Explorer 3.0 da Microsoft em 1996. Seu trunfo à época era o data streaming: literalmente fluxo de dados, fazendo referência à corrente de dados que se deslocava do computador servidor ao cliente da rede. Essa tecnologia permite exibir o vídeo enquanto ele é carregado do servidor.

De 1996 ao momento presente muita coisa mudou no cerne tecnológico dos video embed players. Atualmente a grande maioria roda sobre o plug-in Adobe Flash (praticamente ubiquo em computadores com banda larga), o que possibilita o acesso por múltiplas plataformas (Macintosh, Linux, Windows e Solaris). No que diz respeito à interface e aplicação desses players as possibilidades de interação reativa cresceram com o suporte à programação em linguagem própria (Actionscript) com API1 direcionada à aplicativos online. Com essa nova infraestrutura os video embed players podem apresentar não mais apenas o data streaming de vídeo, mas outros dados em interfaces visualmente mais ricas.

Embutir textos faz parte da rotina de quem vive o ecossistema chamado blogosfera (aportuguesamento do inglês blogsphere) que se alimenta de links, cometários e trackbacks2. Relacionar conteúdo não seria nada surpreendente na Internet não fosse o fato dessa atividade estar sendo encabeçada por pessoas comuns. Sim, fazer seu próprio caminho na rede é interação, mas é um tanto infrutífero. Primo (1998) a chama de interação reativa. Trata-se de escolher caminhos em um universo limitado de navegação. Interação humano-computador resume-se à reação. Interação humano-humano mediada por computador é chamada pelo autor de interação mútua. Esse mutualismo, nas análises de Primo, se dá nos blogs e seus comentários, no conteúdo de wikis e discussões, em diferentes níveis como veremos. Criando e relacionando conteúdo os interagentes expandem a rede, e recentemente, com serviços de compartilhamento de vídeo, em uma nova mídia.

Anúncios publicitários, vídeos relacionados e qualificações dos usuários estão presentes na maioria dos serviços. Contudo, são recursos de interação mútua que despertam a atenção em serviços de compartilhamento de vídeos surgidos recentemente, como é caso do Viddler e do dotSub.

Esse primeiro inova ao proporcionar ao interagente a publicação de comentários (em texto ou vídeo) e tags3 diretamente no embed player. O YouTube também usa tags, porém a inserção é restrita ao publicador do vídeo, ao passo que no Viddler qualquer um pode adiciona-las. Chama atenção o fato das entradas (comentários e tags) estarem relacionadas, nesse serviço, a posições específicas na timeline4 dos vídeos, facilitando a busca do quadro exato do vídeo onde se dá a discussão sobre determinado assunto, ou que foi identificado por uma tag.

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